sábado, 7 de abril de 2012

Movimento Guedes pela Europa

La Santa Iglesia Catedral de la Asunción de la Virgem (Bruno Guedes Fonseca)



Falarei hoje sobre o principal símbolo da cidade de Jaén: “La Santa Iglesia Catedral de la Asunción de la Virgen”. Sede do bispado de Jaén na comunidade autônoma de Andaluzia, a catedral localiza-se na Plaza de Santa Maria, o coração histórico Jienense, em frente aos Palácios Episcopal e Municipal.
A Catedral de Jaén é um Monumento Histórico Artístico desde 1931. Foi edificada sobre uma antiga mesquita após a conquista da região por Fernando III de Castilla, em meados do século XIII, sendo dedicada a “Asunción de la Virgen”. Poucos anos depois, a igreja se tornou templo catedrático ao trasladar-se a diocese da cidade de Baeza. Após vários conflitos, uma nova igreja gótica foi construída entre os anos de 1492 e 1525, porém o projeto não prosperou devido ao estado de ruína da igreja.

Duas décadas depois, retornam-se as obras e o fruto desta nova campanha é a atual catedral, uma verdadeira joia do Renascimento espanhol, com sobressalientes elementos barrocos, construída entre os séculos XVI e XVII, segundo o projeto de um dos principais arquitetos da época – Andrés de Valdelvira (falarei sobre ele em outro post).
Em seu interior se encontra, entre outras obras de arte e objetos religiosos, a relíquia do “Santo Rostro” (La Verónica), considerada o autêntico rosto de Jesus Cristo, que havia ficado gravado em um lenço com a qual Verônica secou seu rosto durante sua paixão. Esta relíquia está guardada no Altar Principal e é exposta a veneração pública dos fiéis todas as sextas-feiras.
Atualmente, Jaén aspira tornar-se Patrimônio da Humanidade devido a “Santa Iglesia Catedral de la Asunción de la Virgen”.


O edifício e sua simbologia

A fachada da Catedral de Jaén é concebida como um altar de pedras, que para alguns autores reflete o espírito do Concilio de Trento. Iniciou-se sua construção em 1667 sob a direção do arquiteto Eufrasio López. Após sua morte em 1684, seu discípulo Blas Delgado assume a obra, concluindo-a no ano de 1688.



Precedida por um portão de ferro projetado por Manuel Martínez Rodríguez (no ano de 1800), apresenta 33 m de largura e 32 m de altura, sem contar com as estruturas das duas torres gêmeas.
O acesso ao interior do templo pode ser através de três portas organizadas de forma simétrica a partir de seu eixo central. A principal, situada no centro da fachada é chamada de “Puerta del Perdón”, a sua direita encontra-se a “Puerta de los Fieles” e a sua esquerda a “Puerta Del Clero”. Sobre elas há três relevos, sendo o de San Miguel sobre a “Puerta de lós Fieles”, Santa Catalina (patrona da cidade de Jaén) sobre a “Puerta Del Clero” e a Asunción de María sobre a “Puerta Del Perdón”. Os relevos de San Miguel e a Asunción são obras de Julián Roldán e de Santa Catalina de Lucas González. A “Puerta Del Perdón” somente se abre em ocasiões especiais de grande solenidade e nos jubileus.

Acima das portas, na fachada principal, as nove figuras do corpo superior se apresentam reafirmando a identidade de Fernando III como artífice da Catedral (no centro). A esquerda da imagem do rei encontram-se os quatro evangelistas (Mateus, João, Lucas e Marcos), que confirmam a santidade do rei batalhador, dentro de um âmbito de entidades sacralizadas, mas encarnadas em seres mortais. As figuras de San Anbrosio, San Gregorio, San Agustín e San Jenónimo situam-se a direita de Fernando III, completando assim o conjunto das nove imagens.

Enquadrando a fachada principal, duas torres gêmeas culminam a espiritualidade do templo, dando sua identidade Renascentista. São organizadas em cinco níveis que aumentam progressivamente em complexidade arquitetônica e decorativa. O primeiro e o segundo níveis (do solo) ostenta a austeridade absoluta e apresentam apenas uma varanda fechada com uma grade de ferro simples. O terceiro, coincidindo com o conjunto das nove imagens, está rodeado por elementos ornamentais sobrepostas na fachada. O próximo nível é coroado por uma balaustrada que rodeia todo o seu perímetro, e em cada um dos quatro lados encontram-se arcos arredondados permitindo assim, a visualização dos sinos em seu interior. O quinto e último nível apresenta uma planta octogonal em cúpula semiesférica adornando cada um dos seus lados com buracos de luz e arcos arredondados, e sobre essa cúpula pode-se observar uma cruz de ferro. No interior do templo observam-se diferentes estilos: renascentista, barroco, churrigueresque e neoclássico.


É composto por uma cúpula, um altar principal, uma capela principal (onde se encontra o “Santo Rostro”), 16 capelas menores (Capilla del Cristo de la Buena Muerte, Capilla de San Sebastián, Capilla de San Jerónimo, Capilla de la Virgen de los Dolores y Santo Sepulcro, Capilla de la Virgen de las Angustias, Capilla de Santa Teresa, Capilla de San Benito, Capilla de Santiago Apóstol, Capilla de San Fernando, Capilla de San Eufrasio, Capilla de La Inmaculada y San Amador, Capilla del Niño Jesús, Capilla de San Miguel, Capilla de San Pedro Pascual, Capilla de la Virgen de la Correa e Capilla de San José), um coro (um dos maiores da Espanha, fundado no século XVIII), uma sacristia principal, um panteão e um museu.

Poderia ficar dias e dias falando do interior dessa joia rara, mas é pouco espaço para descrever tanta riqueza e beleza. As fotos no interior da igreja são proibidas, mas consegui (na calada) fotografar um pouco (bem pouco) de algumas obras sacras, porque não dizer obras de artes.


Espero pelo menos ter despertado em vocês a curiosidade e a vontade de conhecer essa região da Espanha. Uma região riquíssima em história, religião e uma cultura impar.
¡Hasta luego!













(Todas as fotos aqui expostas são de autoria de Bruno Guedes Fonseca)

Fontes:
http://www.culturandalucia.com/JA%C3%89N/Catedral_de_Ja%C3%A9n.htm#Las Puertas
http://www.catedraldejaen.org/index.php
http://es.wikipedia.org/wiki/Catedral_de_la_Asunci%C3%B3n_de_Ja%C3%A9n